Sim, eu conseguirei! Conseguirei fazê-lo entender que quanto mais você foge de mim, mais me ama, seu grande tolo. Que sua tristeza crônica vem da falta que meu ar distraído e nublado faz em sua vida cheia de tarefas inúteis. Contas para pagar. Que quando dirige o seu carro e ouve surpreso tocar ‘Believe’, da Cher, em uma rádio nada comercial como essa, não gira o botão à procura de clássicos porque no fundo no fundo você passou até a gostar da Cher por minha causa.
Eu conseguirei fazê-lo entender que seus rompantes de procurar aquela antiga namorada não passam de um pedido de socorro insano a clamar por mim. Sua última tentativa de provar para si mesmo que o meu beijo não está colado na sua saliva de macho inquieto. E teimoso.
Farei você entender que o amor e a liberdade vêm juntos sim. São crias do mesmo berçário. Mas que liberdade e reclusão não são farinha do mesmo saco. Que solidão espantada é fruto do medo de ser um sujeito alegre e firme.
Que o fato de você ter se habituado a crer em suas próprias lendas não faz de você um homem liberto.
Continue, meu amor, continue tentando fugir de mim enquanto acelera nessa trilha acidentada rumo a si mesmo. “Do You Believe Love After Love?” O amor depois do amor, sou eu, meu amor. Sou eu.
Beijos. Sua eterna Dolores.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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"Farei você entender que o amor e a liberdade vêm juntos sim. São crias do mesmo berçário". Nossa, que definição sublime de amor! È, Dolores, você já amou.
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