segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dolores, já haviam me ronronado a respeito da chave de cadeia do M&M e o fato de ser mais opressor do que o cárcere não privado dos chauvinistas. Ronronaram mas não acreditei. Acredito agora, quando você unha o assunto com a intimidade dos cirurgiões diante de um bisturí. Você é íntima da vida e isso me fascina. Deduzo, especulo, acho, chuto, opino que 98% dos homens se apavoram. Tem medo de você. Ciúme?

O que é o ciúme, lady? Você saberia definir? Sem nenhuma precisão, apenas um solo vadio, levemente desafinado. Você sente ciúme de alguém? Como esse sentimento destila em suas veias e no seu imaginário? Huummmm, fale-me de seu imaginário. Se o mundo tiver 1,2 bilhão de mulheres serão 1,2 bilhão de imaginários geniais, suculentos, magistrais. O resto? Mediocridade pública. O imaginário dos homens é uma nau....é uma noite...é uma merda meu amor. Uma merda. Na boa, muito entre nós, reservadamente, eu tenho nojo dos homens. E você sabe disso. Desde aquele carnaval em Florianópolis, lembra? Claro que lembra. E tudo começou quando aquele casal de alpinistas sociais quebrou a garrafa de Casal Garcia no meio da rua. E você riu.

Você insiste em dizer que eu não te dei parabéns pelo "Castanhola de Prata" apesar de naquela noite eu estar em Hanói, onde os celulares mal funcionam, mas os fuzis sim. Ou você esqueceu que passei 15 dias na capital do Vietnã fazendo aquele trabalho que você, carinhosamente, chamou de sujo? Dirty job. Só porque você queria conhecer Hanói e eu não a levei porque o tal trabalho, como você muito bem sabe, não era pintar a cerca do sítio do pica pau amarelo. Você ainda sente vergonha daquele meu trabalho? Mesmo sabendo que atravessei o mundo voando nas asas do epílogo da minha ideologia e não do dinheiro? Problema seu, linda.

A ejeção da Solange foi por e-mail mesmo. E-mail de meia linha. Segue a cópia para você avaliar. Eu preciso tirar a Solange do seu caminho para você tirá-la do meu. Não, não é confuso. Somos apenas gente. E eu sou leal quando é necessário, visto que a lealdade não é um opcional de fábrica, mas um estado de vida que deita no berçário antes de nós. Tinha muito a falar sobre lealdade, mas você acha que é uma palavra que não existe no meu vocabulário. Verdade. No vocabulário, no blá blá blá, no ôba-ôba, a lealdade não me frequenta. Apenas nas ações, no soco na mesa, no tiro na testa. Como em Hanói. Mas....é, decididamente você não quer ouvir falar em Hanói.

Nenhum comentário:

Postar um comentário