segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Meu doce e angustiado amor, ser leiloado numa festa incrementada era tudo o que você mais queria, não? Também conheço seus fetiches, meu menino alucinado e feliz. E, se quer saber, tantas vezes cogitei que ter você só para mim não era algo lá muito sábio ou prudente. Em quantos momentos, meu Deus, durante o banho, após nossas noites mágicas, irreais, estátuas de vento os dois, não me flagrei imaginando divertida que você na verdade era um “homem hóstia”. Não podia pertencer a uma única mulher. Tinha de ser compartilhado. Por compaixão, caridade, misericórdia.

Ai ai. Sacrilégio. Não tanto – admito porque sei – quanto os subterrâneos inconscientes da classe média ascedente/descendente, com ou sem br!

No mais, não quero saber de receitas que sua queridinha Solange conseguiu para o nosso almoço de sábado. Caso deseje bebê-lo, o tal peiote, certamente não será por minha obra e graça. Você sempre fez o que bem quis. Suas fugas de moto em meio a concorridas festas campais da galera entraram, você sabe, para os anais do descaso coletivo. Ninguém se importava com sua ausência. Mas você é tão vaidoso... diria Carly Simon. Hum... ainda adoro essa música, sabia? “You’re so vain, I bet you think this song is about you, don’t you, don’t you”, lá lá lá lá lá lá lá…

Aprendi com você a mudar de assunto. Viu como eu sei mudar de assunto? Aprendi com você.
Aliás, aprendi muitas coisas com você, Tony. E não me envergonho de confessar: sou-lhe grata por isso.

Aprendi, principalmente, a não esperar nada de ninguém. Muito menos de você, meu amor. Muito menos de você. Mas eu te amo. E te espero.Dolores.

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