quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ouço “As The World Falls Down”, do Bowie, e penso em você, meu amor, enquanto o chiar da chaleira denuncia a água fervente de meu café noturno. Minha noite será em claro hoje. Você duvida? Quando comprei esse disco, nem sonhava em conhecê-lo e as madrugadas de então eram uma eterna busca de você. Porque “embora nós sejamos estranhos até agora/Nós estamos escolhendo o caminho/Entre as estrelas”. E eu era tão garota naquela época.

Ainda sou.

Em questões de amor, somos sempre amadores, Tony. Como disse muito bem.

O Zé certamente diria qualquer coisa absurda ou – ao contrário – algo tão simplório que nos faria repensar dez vezes dez essa “separação”. Entre aspas, sim, porque ainda que você arrastasse uma ninfeta para o altar e tivesse uma penca de filhos com ela, nossos olhares se encontrariam cúmplices de histórias pelas ruas do bairro. Nosso silêncio preencheria o vazio da mesa ao lado. E a aurora seria triste em nossa homenagem.

O Tiê-Sangue me lembra você: um pássaro que não sobrevive em gaiola. Precisa de liberdade, de céu aberto e muitos galhos para pousar. Eu tento ser esse céu aberto, mas “Há um amor tão triste/Profundamente em seus olhos”. E, sinceramente, não posso ser tantos galhos assim. Também preciso de ar puro para viver.

De qualquer forma, meu querido – meu doce e assustado Tiê – quero que saiba que enquanto voa alto sobre os firmamentos pilotando aviões, “eu estarei lá para você/enquanto o mundo cai”.

Te amo te amo te amo.

Sua eterna Dolores.

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