terça-feira, 3 de novembro de 2009

Não, Tony. Você nunca é chato. Direto muitas vezes, outras vezes quase um grosso. Incompreensivelmente enclausurado tem horas... Mas, chato. Não. Não, mesmo. E, quer saber, até na deslealdade você costuma ser honrado. Sério!

Sim, concordo. Nossos medinhos morais. Uma boa parte estaria resolvida com uma colonização decente. ( ! ) Ou não, também! Sei lá. De repente, se não fôssemos um povo originado das coxas, seríamos, talvez, um pé no saco. Ah. Enfim.

Fim de ano é uma época difícil para muita gente, porque tem toda aquela história de representar fim de uma fase e começo de outra... para católicos praticantes, é o início do ciclo do Advento. A boa nova anunciada à humanidade: o nascimento da aliança definitiva. Infelizmente, o reino pregado não foi aceito e precisou culminar na cruz. Fazer o quê. Todos sofremos, fazendo o bem ou mal. E, mal ou bem, Tony, nós optamos pelo caminho do caráter e da ética. Como diz o Lulu Santos naquela música: “não desejamos mal a quase ninguém, pa-ra-ra-rá-pa-ra-ra-ra-ra-ra-rá”.

A sensação de nossa escrita ser uma só é fruto de uma intimidade sem posses. Disso, não posso reclamar. Você jamais me acorrentou. E ser uma mulher livre de um homem libertário requer treino. Disciplina. Paciência. E desapego de valores adquiridos desde a mais tenra idade. Ou apenas desapego. E o treino a disciplina e a paciência seriam apenas o aprendizado necessário ao desapego. Já me senti acorrentada, mas no fundo sei que não foi você quem me acorrentou, mas meus próprios grilhões internos. Enfim de novo.

Qual mulher já não se viu entrando de noiva na igreja pelos braços do pai rumo ao seu homem amado? Mas isso tem época, Tony. Depois passa. Como sarampo. Me admira você estar com esses labirintos emocionais femininos na cabeça. Véu e grinalda.

Como eu, Tony, toda mulher que um dia se interessou ou venha a se interessar por você não poderá jamais afirmar que teve a cerimônia do casamento como prioridade em sua vida. “Sempre fui levada da breca, brincar de médico é melhor que boneca. Sempre fui levada da breca!” Nossa querida Rita Lee.

E. Por amor. Só por amor. Hoje resolvi baixar as armas e o tom da carta. Para você não se sentir tão acuado. Perceber os momentos de fragilidade do outro e respeitá-los é o meu verdadeiro véu e a minha verdadeira grinalda. E a isso também costumo denominar de lealdade.
Sua, sempre sua Dolores.

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