sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Minha Petra, comovente a sua última carta. Aliás, no geral, você é uma mulher comovente, contundente, comocional, especial, e não é à toa que estamos há .... anos juntos. Juntos???? O que significa estar juntos???? Confesso aqui nesse barraco de letras que muitas vezes me senti menos só com você lendo suas cartas do que tentando entender, pessoalmente, a sua eterna implicância com o carnaval da Florianópolis. Tá, tá, tá, tá bom não se fala mais nisso. Prometo. O que não prometo é não pensar mais nisso. Afinal, foi ou não foi um carnaval inesquecível, vulgo do caralho?

Antes que eu esqueça, o que está acontecendo com o seu celular que não responde mais a meus SMSs? Você sabe que quando não tenho uma caneta e um papel por perto gosto de escrever breves desabafos pelo SMS, que você rebatia com relativa doçura e absoluta impaciência. Lembra? Você não lembra, mas eu lembro. Estou há dias te mandando frases sobre algumas golfadas que me vem a mente e nada de resposta. Estará você lendo SMSs mais interessantes ou seu telefone anda com defeito??? A gente perde tempo com tanta asneira né? Que tipo de mudança um SMS não respondido pode dar a uma relação imatura, nobre e caótica como a nossa? Nenhuma mudança. Nenhuma. Ou todas as mudanças do mundo.

Pedras. Há 20 anos atrás a democracia derrubava o muro de Berlim. Lembra? Não, você não lembra porque era muito novinha na época e estava mais preocupada em andar de patins no Roxy Roller da Lagoa. Mas eu lembro. Pedras. Pedras em profusão. Homenagens prévias a você, baby. Você me escreve "Pedras, rochas. Eu poderia morrer me transmutando em uma delas. Ser uma delas. Na praia, na floresta, não importa." Pra que falar em morte numa hora tão lírica Dolores? Não!!!!!!!!! Rolar nas pedras é vida, é tesão, é onda de orgasmo, é gargalhada, é olhos nos olhos, língua na língua. Nada a ver com morte. Mais a frente você me diz que "Talvez, Tony, a idéia de lealdade para você seja diferente da minha. Ou talvez eu é que desconheça seu real significado. Vai entender?" Não vou entender, minha Ternurinha. Não vou entender porque há um bom tempo já percebi que o melhor caminho para te compreender é a contramão do desentendimento. Aí sim, o céu se abre, as estrelas parecem cantar no firmamento preto azulado e aqui embaixo eu danço "with tears in my eyes" porque, como já te disse caralhadas de vezes, você me comove. Mesmo estando ambos a 40 graus à sombra. Beijos e carícias. Tony.

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