quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pedras, rochas. Eu poderia morrer me transmutando em uma delas. Ser uma delas. Na praia, na floresta, não importa. Uma amiga ‘tocadora de tambor’ jura de pé junto que eu sou de Xangô por causa disso. Outro, por sua vez, afirma que eu sou de Iansã por amar as tempestades, o vento, os trovões. Não concordo com eles. Já me disseram tantas coisas nessa vida... Tudo pode ser como também não ser e vice-versa. Amo caminhar em trilhas na mata. E, quanto mais fechadas, mais amadas. Amo cachoeira... as águas mornas e tranqüilas de São Pedro d’ Aldeia... minha praia predileta na infância. Minha e do meu irmão que só Deus sabe por onde anda. Que o proteja.

Êpa, homem. Mas não me lembro de ter dito que você era leal, não. Ao contrário. Disse que você desconhecia a palavra inclusive. Mas que até na deslealdade você era um homem honrado. Ah, isso eu disse.

Talvez, Tony, a idéia de lealdade para você seja diferente da minha. Ou talvez eu é que desconheça seu real significado. Vai entender?

Percebi uma economia nos palavrões, ora se não. Associei ao seu atual estado de cansaço emocional. Será que deixamos passar o tempo de nos separarmos? Ou seria o de finalmente nos encontrarmos? Nem sei. Não sei mais.

Não importa.

A verdade, meu amor, é que não saberia mais viver sem sua mão amiga sobre a minha a me dizer em silêncio: não se preocupe, vai dar tudo certo. Nem a viver sem seus destemperos e ausências. Sim, mesmo elas – as ausências – já caíram no meu gosto de mulher incondicionalmente apaixonada.

Também como você, meu querido, sou amante das palavras. Aos emocionantes labirintos a que nos levam, sejam ele femininos ou não. À força que nos evocam. Ao desafio que nos chamam...
Te amo. Sempre sempre sempre.

Sua eternamente,
Dolores.


PS: A imagem de você me lendo no metrô me comove profundamente. Esteja bem, esteja belo. E protegido, meu menino. Beijos.

Um comentário:

  1. desabafo lindo...
    adorei...
    mostra o quanto é bom estar apaixonado e poder sentir o amor:)
    gostos dos teus textos...
    abraço grande...

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