segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dessa vez você acertou em cheio, Tony. Quem dera eu pudesse experimentar a mais absurda liberdade. Mas, para isso, você não precisaria se fantasiar de Anais Nin nem de qualquer outra persona que o valha. Dos amores femininos, meu querido, já os provei todos e, creia-me, costumam ser mais sufocantes e possessivos do que o mais chauvinista dos homens. A solidão é mais promissora, vai por mim. Aponta saídas nietzschianas que se sobrepõem ao espírito e até promete, dependendo do caso ou lugar, a inefável paz que o mundo não pode dar.

Quanto ao casal Garcia, só conheço de nome. Jamais freqüentei os jantares oferecidos no triplex cafona da quadra nobre em que residem – dizem. Não se preocupe. Não corremos o risco do enquadramento. Somos patéticos demais. Acreditamos na filosofia barata do escárnio.

Você, rejeitado! Faz-me rir. Quem é o mestre aqui, afinal? Para início de conversa, não fui eu quem, na noite do prêmio “Castanhola de Prata”, não se lembrou de enviar um torpedo sequer com uma simples palavra: parabéns. Teria sido o mínimo. Lealdade é uma palavra que não existe no seu vocabulário, Tony. Já não digo fidelidade, que você também desconhece, mas le-al-da-de. É assim que se escreve, viu?

Foto de primeira comunhão? Que perda de tempo, amor. Qual a criança que não dispõe de uma imagem dessas embotada pelo passar dos anos? Além do mais, há muito rompi com credos e templos e também há muito suas doutrinas e dogmas não me norteiam mais para discernir ou discriminar normas sociais de conduta ou bem viver.

Tá, tá, senhor sabichão. Prudence é irmã da Mia. Mas quem lhe garante que por detrás do literal não exista uma segunda leitura, alegórica, além do dito, hein? Enfim.

E a Solange é a fim de você. Sempre foi. Não se faça de desentendido...
Beijos, Dolores.

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