terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lembro-me de ter chorado no caminho de volta de Arembepe. Você pensou que era porque brigáramos. Mas, não. Quando estive em Ouro Preto sem você, também chorei ao sair de lá. Sim, creio que terá sido a nossa maior discussão em todo esse tempo que estivemos juntos. De qualquer forma – você há de concordar – tive meus motivos para concluir tamanho absurdo a seu respeito. Hoje sei que, por mais aloprado que seja, mau-caratismo é um mal de que você não sofre. Naquela época, no entanto, não o conhecia direito. Você sabe disso. Equívocos, desvios... é preciso tempo para encontrarmos a trilha que nos leva ao outro.

Não. Não tenho um certo medo de você, meu amor. Tenho, sim, muito muito muito medo de você. Por admirá-lo tanto, amá-lo tanto, compreendê-lo tanto, conhecer em minúcias os meandros mais distantes de sua personalidade amoral. Doce, melancólica, digna.

Quanto mais familiar nos tornamos um do outro, Tony, mais estranhos ficamos. Não sabe disso?

Eu, por minha vez, não sei mais o que quero. Juro que não sei. Você já foi meu tudo. Acordava, dormia, comia, sonhava você! Respirava seu nome. Tooo... inspira nyyy... expira. Ahhh!!! Há muito precisava me refazer desse vício. Creio que consegui. E, hoje, estou certa. Livre dessa tonymania, posso, um dia, quem sabe, amá-lo melhor.

Beijos. Dolores.

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