Por onde andam meus dias dourados de amar você? O sol a pino fervendo a terra e você... a água fresca que acalma a garganta, a brisa fresca da proa, a paisagem de aliviar olhos secos: endurecidos de multidão. Ou seria solidão?
Por onde andam as sombras acolhedoras do seu instinto másculo, sempre pronto a encontrar um norte para o nosso barco desgovernado e sem leme?
Eu confiava em você cegamente e cegamente me dava. Vislumbrava um futuro ameno, repleto de rotina e calmaria: compras no hortifruti, passeio matinal, almoço e sesta.
Mas veja você quanta ironia.
Porque devo ser sincera por amor a mim mesma e a ti. Você não me enganou. Não prometeu finais de semana iguais. Ao contrário. Acenou com abismos sobre abismos sem fim. E justo essa ausência de “normalidade” foi o que me atraiu para nós.
Mas, depois, os sonhos femininos de tranqüilidade. O amor sempre à mão, ao alcance dos braços. Que um homem como você seria incapaz de responder ou realizar.
E, mais uma vez, veja: como sonhar o paraíso sem estar no inferno com você? Sem estar na corda bamba de nossas incertezas e conversas dúbias. Tantos desencontros acumulados...
E, ainda assim, aqui estamos. Não é irônico?
Sua. Sempre sua.
Dolores.
Vc realmente sabe usar as palavras a seu favor... Parabens. Ótima. Quero muito voltar a beber dessa agua tambem. Bjus
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