segunda-feira, 25 de abril de 2011

Você estava com os olhos mais marejados dos que os de Capitu quando me revelou tudo aquilo, à sombra daquela árvore na Quinta da Boa Vista. Principalmente quando abriu a bolsa, pegou um envelope onde estava escrito "positivo" no papel timbrado. Estava comovida porque eu falei de meu amor por você, meu amor por mim, meu amor por nossos filhos, que planejamos ter, criar, perpetuar nossa espécie, enfim. Tudo ia bem naquela manhã/tarde, quando pegamos o pedalinhos e singramos o pequeno lago da Quinta contando nossa própria história. Depois, comprei uma pipa e pus no ar, bem alto, celebrando o fato de sermos mãe e pai em breve.

Quando voltamos para casa, em silêncio no táxi, tive o ímpeto de perguntar "em que você está pensando?", mas a presença do motorista me inibiu. Ele poderia achar que sou um homem controlador, fascista afetivo, essas coisas, e não apenas momentaneamente curioso. Você levava nas mãos um buquê de flores que comprei daquele sujeito que ficava ao lado do vendedor de algodão doce. "Tony, sua elegância me comove", você disse. Fiquei sem jeito, perguntei se iria chover e acariciei seu ventre. Aí, durante a semana, o fato novo. Você decidiu tirar a pipa do ar e, com ela, meus sonhos, perspectivas, aquela blá blá blá todo. Prometi te compreender, te entender, acompanhar seu raciocínio. Tentei, mas....não deu. Beijos.

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