quarta-feira, 16 de março de 2011

Quantas máscaras é preciso para construir um desejo. Ou. À custa de quantas concessões se permite chegar um à fronteira do outro. Quando julgamos ter passado um limite, mergulhamos, na verdade, em mais um engodo, outro jogo de espelhos a refletir nossos próprios segredos. E medos.

Eu encarno a mulher que quiser, Tony, para você. A devoradora de homens, a devoradora de mulheres, a casta sapata marrenta servil. Do jeito alucinado que o amo, seria capaz de representar até a mim mesma.

E me desespero ao imaginar que você poderia não distinguir a verdadeira da falsa. E se apaixonar pela “persona” a ponto de eu me perder de mim. Só para amá-lo ainda mais.

Preciso de você para saber quem sou, você sabe. Para saber, inclusive, de que teor é a minha libido: prostituta, ferina, blasé?

Visualizá-lo se masturbando pensando em mim... seja onde for... faz minha vaidade feminina se encher de ares exóticos, olhos e boca delineados com os líquidos que saem de suas fantasias carnavalescas. Eu, a mulher que o leva a se masturbar... e quanto mais visualizo isso, mais meu olhar se inflama e minha boca entreabre... Sim, goza, meu amor...

Goza sem mim.

Sua, Dolores.

2 comentários:

  1. hahahaha!!!!! Muito Bom, muito bom mesmo!!!! Ñ imagino melhor resposta!

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  2. Esse blog está finado ao fracasso depois desse post. Vocês ainda vão trocar cartas depois de um pedido de punheta como esse? Tony, acorda! Dolores está ovulando, só você que não viu...

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