O ruim mesmo é a falta de quem me nomeie. Esse cretino outro, intempestivo outro.
A subir barricadas ou avistar clareiras na mata escura e tortuosa do ser que implora ao desconhecido: "por miserircórdia, diga o meu nome".
Reconhecer-se.
ou
mudar de tom. De conversa.
Ou ainda. Se assim julgar melhor, continuar na mesma lenga-lenga de sempre: acordar dormir acordar de novo.
Pois quem disse que eu quero um amor? Ou quem disse que quero morrer?
Eu quero apenas ser quem sou.
A dor de Dolores. A dor.
A dor de Dolores. A dor.
E se você perguntasse agora o que quero da vida, eu lhe diria com estatura e peso:
Dignidade.
Dignidade.
Mas quem me dará?
Você?
Não, meu amor. Nem você nem ninguém.
Não, meu amor. Nem você nem ninguém.
Então quem? Você perguntaria?
A escrita, eu lhe diria.
A própria escrita de mim.
Madrugada de terça
Brisa fresca em
01/03/2011
01/03/2011
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