terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Eu sabia. Sabia que, quando eu pronunciasse a palavra maldita, você correria como cão danado. Como diabo assustado da cruz. Pobre diabo. Como se não fôsssemos! Como se, esse tempo todo em que vivemos a experiência de caminharmos juntos, não estivéssemos... (leia devagar) ca-sa-dos.

Você me lembra um namoradinho da faculdade.

Éramos até invejados pelos colegas de turma por conta de nossa afinidade, nossa alegria equilibrada ou tranquila paixão. Mas a palavra “na-mo-ra-do” não podia ser pronunciada. Era um mito mal digerido. Um tabu. Engraçado, não?

E, mesmo assim, apesar de sua estranha fobia a uma mera palavra, a uma simples representação do que verdadeiramente já ocorre, não me arrependo das inúmeras vezes em que cuidei de – e fui cuidada por – você.

Das vezes em que banquei a “maria” pregando botões, cerzindo meias, esfregando colarinhos impregnados de deleixo masculino. Isso era quase um ritual afetivo. Um mimo. Então como me arrepender de pequenos atos inundados de felicidade simplesmente por serem dirigidos a você!

E como não ser agradecida pelas inúmeras refeições que preparou para mim, dizendo com jeito doce e bobalhão que era para me dar “um descanso na cozinha”. Suas comidas de temperos exóticos e sabores quentes. Como você.

Vou mudar a pergunta, meu amor: se você aceita casar comigo, eu quero.

Beijos. Dolores.

2 comentários:

  1. Uma mulher que vive ou já viveu um amor não consegue não se identificar com essas palavras. Por conhecer o blog e seu intuito de troca de cartas entre um casal, achei a carta maravilhosa. Estão de parabéns, não deixem de escrever, eu já sou fã. A idéia é ótima, e as palavras são lindas.
    Um dia eu vou escrever assim! Uma boa professora não me falta, mesmo!
    Beijos Dolores e Tony

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  2. Esse seu gostar do Tony responde a minha pergunta, se ele é um cara legal? Quando se ama vemos potênciais nas pessoas antes nunca vistos, as vezes nem por elas próprias e isso só é entendido por que já amou não por que foi amado é muito fácil e comodo ser amado... Eu entendo sua doce insistência, abraço minha amiga, Parabens sempre por suas palavras.

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