domingo, 10 de janeiro de 2010

Sabe, Dolores, eu não esperava que você fosse receber minha última carta com tanto ceticismo, pessimismo, enfim...De repente me vi como uma música velha tocando nos tímpanos da sua alma. Música velha não é música antiga, como eu julguei que fosse para você. Claro que você é livre para sentir o que quiser e o que não quiser por alguém, ou por uma situação. Mas, sinceramente, eu achei que ainda restava algum sinal de boa sintonia entre nós dois e por isso, somente por isso, propus o nosso reinício. Reinício que necessariamente não significa começar do zero.

Eu esperava que você fosse me responder com o mínimo de esperança, expectativa. Mas, elegantemente você diz ter aberto mão da vida a dois no geral, e não apenas comigo. Com certeza para não me magoar, porque sei que você, como eu, achamos que "sozinho não dá". Quantas e quantas vezes conversamos sobre isso..."sozinho não dá". E no entanto, como se tivesse esquecido de tudo o que dissemos um para o outro você diz estar se adaptando a solidão. Se foi para me consolar não funcionou, Dolores.

Espero que você resolva todos os seus entraves existenciais, na certeza de que não sou e nunca fui um deles. Torço para que você seja feliz da melhor maneira possível. Gostaria de desejar que fosse do jeito ideal, mas a felicidade ideal não existe. Agradeço por ter me dispensado de seus planos com tanta clareza e transparência. Mas, sem dissimulação, mentira e similares continuo achando que sozinho não dá. Seja feliz. Sinceramente, Tony.

Nenhum comentário:

Postar um comentário